18 agosto, 2012

Amarelo // Yellow

Gosto do Etsy :)
Fomos seleccionados para o amarelo do Verão. Nice :D E eu acabei de comprar umas sabrinas amarelas!
I like  Etsy :) 
We've been selected for Summer yellow. Nice :D And I just bought a pair of yellow flats!

01 agosto, 2012

Lux Woman





 

E os nossos Jane Doe continuam a dar que falar! Desta vez na Lux Woman com a ajuda da Pegada Verde!
Sim, preocupamos-nos com o ambiente e achamos que se podem poupar energias, dinheiro e recursos se pudermos fazer e oferecer... bonecos de pano! :D

Nuestros Hermanos!

É com muito orgulho que fomos destacados na recém criada Dawanda España!
Muchas gracias!

O fim e o princípio

1. Aqui há tempos, cá em casa tínhamos comprado um disco externo todo "kitado", cheio de memória fresquinha para armazenarmos todas as nossas preciosidades em bites e bytes e megabytes e coiso e tal. No dia em que quis ligar essa geringonça que me ia permitir guardar a minha vidinha, a geringonça não se deu bem com o PC e não se quis conectar a ele. Na manhã seguinte, tentei insistir: "Caramba, vocês têm de se dar bem!"... e o PC resmungou, amuou e calou-se para sempre! O disco interno... (até me custa dizê-lo)... foi-se! Pifou. Deu o berro. Foi para os anjinhos e com ele levou 5 anos de trabalhos, de fotografias, de documentos. Tudo para o galheiro.
Agora tenho um disco em branco. Sem graça e sem nada. Vou para escolher fotografias e tenho meia dúzia delas. E o que me salvou? O MEU BLOGUE! Felizmente partilho convosco grande parte da minha vida que se traduz em imagens e assim consegui um backup sempre acessível e só com as coisas importantes!

2. O meu tio Chico. O irmão mais novo do meu pai. O que tinha fama de ter um feitio difícil e caprichoso (não sei, não posso confirmar). Não o via há uns 14 anos porque ele e os meus pais não se falavam. Desentenderam-se por causa de mal-entendidos e palavras que ficaram sempre por dizer. E acabaram por não mais dizê-las. Porém, a vida dá muitas voltas e o que tem de ser dito, há-de lá chegar.
Como dizia José Saramago "Chegamos sempre aonde somos esperados." Não pode haver verdade mais certa que esta: para as palavras, para as pessoas e para as coisas.

Era para ter ido passar mais uns dias a Porto Côvo e à última hora mudei de planos: fui para o Norte em vez de ir para o Sul. Queria visitar Guimarães, Viana do Castelo e Braga.
Soube que o meu tio estava muito doente através do meu querido primo, que felizmente sempre manteve o contacto connosco e que vive na Holanda. E numa quinta feira à noite, ele liga-me a dizer que o pai está muito mal e que vai fazer de tudo para ir o mais rapidamente possível vê-lo ao Porto (onde ele estava). Mas da Holanda ao Porto vai uma viagem que não se arranja do pé para a mão e eu, estando em Guimarães a passear por uns dias, garanti-lhe que enquanto ele não chegasse que eu própria o iria ver ao hospital.
E fui.
A caminho de lá, as minhas pernas diziam que não queriam andar. O meu coração acelerou como se quisesse fugir dali para fora e faltou-me o ar à entrada do hospital. Por momentos julguei que, mais uma vez, os joelhos me iriam fraquejar, que eu ia cair estatelada no chão mas aguentaram-se firmes. Uma inspiração profunda e "Tens de ir!"
Eu não sou pessoa de abraços ou de beijinhos. Não sou. Mas tive tanta vontade de o agarrar e se ele fosse mais pequeno punha-o ao meu colo e dizia-lhe que ia tudo ficar bem. Tive vontade de o aquecer porque ele estava gelado. A vida estava a sair daquela pessoa que era linda e que me parecia uma diferente combinação das características do meu pai: todos os componentes físicos estavam lá mas noutra disposição. Há 14 anos que não o via e na última vez ele estava tão bem disposto e tão amável para com as sobrinhas. Ali estava ele, semi-consciente, a tentar manter-se deste lado e a querer ir para o outro o mais rapidamente possível. Passei-lhe a mão pelo cabelo grisalho, dei-lhe muitos beijinhos na testa, agarrei-lhe a mão com força, tentei passar-lhe todo o meu carinho em doses concentradas de efeito rápido. Quer ele estivesse consciente ou não, o afeto e o calor humano, o calor de alguém, passou, chegou lá. Possivelmente as palavras não chegaram, mas foram ditas. O que o meu pai não disse, disse eu, mostrei eu. Disse-lhe que tinha um filho lindo e que tinha a quem sair. Mostrei-lhe a fotografia da minha irmã e ele arregalou os olhos em reconhecimento e falamos de gatos à nossa maneira: este era o homem que era conhecido por adorar animais, que via televisão com um periquito ao ombro, que soltava os pássaros em casa, que ensinava papagaios a falar, que tinha 4 gatos e que me perguntou quantos gatos tinha eu.
Despedi-me em rios de lágrimas.
O meu primo chegara a Lisboa, estava quase a terminar uma longa viagem de comboio e de avião que passou por Bruxelas, Paris e o mundo inteiro. A 300km, recebe a notícia que já não chegava a tempo.
Eu acho que ele foi mais que pontual. Tinha de estar no sítio onde era esperado. O pai não deveria querer que o filho o sentisse frio.
O meu pai também pôs as diferenças de lado e também o foi ver, no dia seguinte, mas no dia em que tinha de ser - o dia em que iria dizer abraçando os irmãos restantes "Era preciso isto acontecer?".

Porto Côvo - uma tarde em Junho

Havia um pessegueiro na ilha 
Plantado por um Vizir de Odemira 
Que dizem que por amor se matou novo 
Aqui, no lugar de Porto Côvo
Rui Veloso e Carlos Tê