26 fevereiro, 2011

Não há-de chover sempre! // It won't rain forever!


Tenho um apelo à "geração que se sente parva": em vez de manifestações que não levam a lado nenhum e que só servem para aparecer no telejornal, por favor:
  • Recusem todos os estágios não remunerados nas entrevistas! Se todos nos resusarmos, deixam de haver.
  • Negoceiem os termos dos recibos verdes (se não há outra solução, prestem de facto um serviço e não aceitem os horários nem os locais de trabalho fixos e apresentem as vossas condições),
  • Mostrem aos patrões que um contrato mais duradouro é melhor que um de 3 meses porque mais facilmente "vestirão a camisola" pela empresa que nos acolhe e conta connosco,
  • Mostrem-lhes que contratar um licenciado é mais rentável porque saberá poupar dinheiro à empresa e trará soluções mais eficazes! 
  • Se não arranjam trabalho na vossa área, ninguém morre: podem vir a descobrir vocações que nunca imaginariam que tinham e até em empregos mais modestos se aprendem muitas coisas úteis.
Eu sou desta geração, mas não sou nada parva! Também não "papo grupos" e não vou nas cantigas dos outros!

A vida não me corre como esperava, mas a dos meus pais também não correu e criaram-me. A culpa não é deles nem da sua geração.

A culpa é da IGNORÂNCIA que ainda reina no nosso país e que paga mais a recepcionistas que a criativos, que contrata equipas e despede-as ao fim de 2 meses de trabalho só porque sim, que produz material de alta qualidade e só o disponibiliza para o estrangeiro, que não adequa o potencial dos funcionários às funções que desempenham.

Enquanto as empresas forem dirigidas por idiotas mentecaptos quadrados (de qualquer geração), não haverá lugar para nós. Por isso, parece-me que o caminho é usarmos o que aprendemos nos nossos estudos, puxarmos por estas cabeças, aceitarmos a ajuda e os conhecimentos dos nossos pais e da geração deles e formemos nós uma nova geração de empresários onde JAMAIS haverá gente a trabalhar sem receber, onde as remunerações serão mais justas e onde o potencial de cada um será útil e valorizado.

Quem me conhece sabe que não falo sem conhecimento de causa. Mas que também não baixo os braços e estou aqui para o que der e vier.

Não há-de chover sempre!

I have a call to the "generation that feels silly": instead of demonstrations that lead nowhere and only serves to show up on the news, please:
  • Refuse all unpaid internships in interviews! If everyone refuses, they won't be anymore. 
  • Negotiate the terms of the independent work (if there isn't any other solution, provide a service in fact and do not accept the skedules nor the place of work and submit your terms and conditions) 
  • Show the bosses that a lasting contract is better than a 3-month as it is easier "to wear the shirt" by the company that welcomes us and counts on us, 
  • Show them that hiring a graduate is more profitable because they know how to make the company save money and bring more efficient solutions! 
  • If you can't find work in your area, no one dies: you can find talents that you wouldn't ever imagine that you had and even at the most modest jobs you learn many useful things. 
I am part of this generation, but I'm not silly! Nor I do just what I'm told to do.

Life isn't what I expected, but my parents' life wasn't the way they expected either and they raised me. The fault is not theirs nor of their generation.

The IGNORANCE is to blame, which still prevails in our country where receptionists have better wages than creatives, where people are hired and fired after 2 months of work just because, where high-quality material is produced and makes it available only for abroad, where the potential of employees is not suited to the functions they perform.

While companies are run by idiots and narrow minded morons (from any generation), there is no place for us. Therefore, it seems to me that the path is to use what we learned in our studies, think hard, accept the help and knowledge of our parents and of their generation and form ourselves a new generation of entrepreneurs where we will NEVER make anyone work without pay, where the salaries are more equitable and where the potential of each will be helpful and appreciated.

Anyone who knows me knows that I am not speaking without knowledge of the facts. But I don't rest my arms and I'm here for the long haul.

It won't rain forever!

2 comentários:

Billy disse...

Eu estou um bocado a leste da polémica-deolinda mas também senti bem na pele a precariedade que existe no mundo do trabalho hoje.

Penso que a flexibilidade é uma coisa boa e que procurar um emprego, como os havia na geração dos nossos pais, é um anacronismo.

Concordo com as tuas propostas, mas não sei se a ignorância é um exclusivo português. Por outro lado, também sei que nem toda a gente tem feitio para começar um negócio novo ou mesmo trabalhar sozinho, em regime de freelance.

O futuro é daqueles que têm iniciativa, ideias, e sobretudo capacidade de trabalho. E o mercado, esse, já não é só o português. Por isso, quem fala de mercado contraído, está tão fora do panorama: o mercado nunca foi tão grande como hoje!

Beijinhos para ti e desejo que tudo te corra muitíssimo bem. E viva a nossa conversa na fnac!

do not push my buttons! disse...

Exactamente, Billy! Tens toda a razão. Também compreendo que há pessoas que não têm perfil ou mesmo uma profissão em que possam trabalhar autonomamente. Para isso é que é importante que nos unamos e criemos uma rede de competências em que os que são mais pioneiros possam abrir caminho para os que não são (ou mesmo não podem=.
A nossa conversa da Fnac vai ficar nas nossas memórias até sempre. Ainda não consegui cumprir os meus objectivos, talvez até nunca os atinja, mas desconfio que o percurso é muito importante :)

Beijinhos e bom trabalho para ti também! :D

PS: Só uma correcção: estás a Oeste da polémica-deolinda... ehehe
PS2: Também quero passear pelo mundo como tu!